quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Concretus, -a, -um

E de repente se fez felicidade a brisa que corria entre meus dedos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

À justiça, dos homens

O mundo tá comendo gente viva e botando pra fora gente morta.
Nós,
os bam-bam-bans alquimistas
não conseguimos dar conta da gastura terrena.

E podíamos ser processados por isso
negligência dá cadeia...

Nesse caso, há perda da ética, da sensibilidade.

Ainda bem que aquele grupo de pessoas estranhas planeja a rebelião.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Genealogia

Ontem a tarde eu vi a raiz da sua alma.
Começava nos estribos do trem abandonado no pátio da estação
Enroscava-se no barulho dos sapatos apressados pela esperança de uma vida melhor
Subia pela cama nupcial que
suava prazeres cotidianos e pingava contrações des-esperadas.
Brincava de roda com as filhas da vizinha
e seguia até a mesa da copa onde costumava estudar.
Passava em frente a TV que anunciava prospostas econômicas para controlar a inflação.
Saía bastante, e chegou a frequentar as boates
Divertia-se com o frenesi pop.
Por hora espairece todas às quintas na pista de jogging da academia.
Entendo-te agora.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Empatia

Não
Não ganhei flores
mas a pétala opaca de rosa branca
[que encontrei na rua
me confortou.

Ela estava lá como eu estava
só.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Poesiando

ao perceber o erotismo,

a partir de um dado momento
meus pensamentos devaneiaram (sim, por eles mesmos)
e não sabia mais o que era prazer ou mesmo o que era gozo.
Enfim, os devaneios transloucaram minha razão, cheios de si
como se fossem realmente materiais

Daí por diante não houve uma só palavra que eu lesse que não me fazia desconfiar
cada símbolo enbaralhava meu pensamento
de forma que uma simples resposta do tipo "eu quero isso"
vinha à oralidade somente depois da calmaria provocada pelo ir embora de um tornado
tudo podia querer dizer todas as coisas
e numa dialética massante mergulhei sabendo que por muito tempo não voltaria

estaria entregue, ali, a mercê
das fantasias sobrepostas
entre os acordares
e os dormires.