domingo, 17 de janeiro de 2010

Poesiando

ao perceber o erotismo,

a partir de um dado momento
meus pensamentos devaneiaram (sim, por eles mesmos)
e não sabia mais o que era prazer ou mesmo o que era gozo.
Enfim, os devaneios transloucaram minha razão, cheios de si
como se fossem realmente materiais

Daí por diante não houve uma só palavra que eu lesse que não me fazia desconfiar
cada símbolo enbaralhava meu pensamento
de forma que uma simples resposta do tipo "eu quero isso"
vinha à oralidade somente depois da calmaria provocada pelo ir embora de um tornado
tudo podia querer dizer todas as coisas
e numa dialética massante mergulhei sabendo que por muito tempo não voltaria

estaria entregue, ali, a mercê
das fantasias sobrepostas
entre os acordares
e os dormires.

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