Eu queria ser um caderninho também
todo escrito com palavras doces e singelas
daquelas que não despertam curiosidade
e que são tachadas de pobres e não criativas
aquelas que escrevíamos quando erámos crianças
e não sofríamos da loucura do existir
Eu queria ser justamente a página que tem uma lágrima
seca, depois de tanto tempo.
para realizar que existem sentimentos e sensações além, os mortos
para não viver de saudade inconsistente
Ser folha, da natural, também seria bom
Mas folha mais gasta, enrugada e seca
aquela que espera conformada o outono
para estar mais perto da certeza
Nesse caso, eu queria estar segura na ponta de um galho fino
o que me empurraria a todo vento para a vida
e me faria saber que a situação sempre pode mudar
(sempre finito, mas sempre)
Condições são mutáveis. Vida não.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
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Ótimos versos, são muito bons! Você está conseguindo exatamente o que os escritores procuram: o equilíbrio. Adorei!
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